Me formei em 2006 pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), fiz residência em Cirurgia Geral e, posteriormente, em Cirurgia do Aparelho Digestivo no Hospital das Clínicas da FMUSP. Após o término da minha residência em 2011, me dediquei ao tratamento do Câncer do Aparelho Digestivo, atuando no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, sobretudo em Cirurgia Pancreática, uma área com procedimentos de alta complexidade em que o número de casos tratados tem impacto direto nas taxas de complicações dessas cirurgias. O estudo desses resultados é a minha linha de pesquisa dentro da Universidade e o tema do meu projeto de doutorado. Desde que iniciei meus estudos em Cirurgia Pancreática, grande parte da minha dedicação foi em cirurgia minimamente invasiva, ou seja, feita através de pequenos cortes, primeiramente por via laparoscópica e recentemente por meio de cirurgia robótica.
O câncer de pâncreas é a sétima neoplasia que mais mata homens e a quinta que mais mata mulheres no Brasil . A alta taxa de mortalidade pode ser explicada pelo fato de ser um tipo de câncer de difícil diagnóstico e de comportamento agressivo .
Além disso, diferentemente de outros cânceres (como cólon e estômago), ele vem se tornando cada vez mais frequente. Uma causa provável para o aumento da sua incidência são os hábitos de vida contemporâneos , que favorecem a obesidade e o sedentarismo .
Diante disso, é fundamental estar atento aos fatores de risco para o câncer de pâncreas para reduzir as chances de desenvolvimento da doença. Continue a leitura e entenda melhor sobre isso!
O câncer de pâncreas é uma neoplasia maligna com origem na porção exócrina do órgão, a qual é responsável pela produção de enzimas que atuam na digestão de gorduras e proteínas.
Os principais sinais e sintomas são:
É importante mencionar que os sintomas do câncer de pâncreas dificilmente são identificados nas fases iniciais da doença . Além disso, eles podem ser similares aos de outras doenças, o que contribui para o diagnóstico tardio .
Somado a isso, não existe exame de rastreamento para esse tipo de câncer, o que favorece ainda mais a demora diagnóstica, além de contribuir para a alta letalidade da doença, que chega a quase 95%.
Por isso, a melhor forma de prevenção é o controle dos fatores de risco que elevam as chances de desenvolvimento da doença.
Veja os principais fatores de risco para essa doença!
O tabagismo é um dos principais fatores de risco do câncer de pâncreas, sendo que o risco em fumantes é o dobro do que em não fumantes.
Casos na família de câncer de pâncreas são um importante fator de risco, especialmente em parentes de primeiro grau .
Algumas síndromes genéticas – como Síndrome de Peutz-Jeghers e Pancreatite Crônica Familiar – também aumentam o risco de câncer de pâncreas.
Além de ser um fator de risco, a diabetes pode ser um sintoma precoce do câncer de pâncreas . Isso porque alguns pacientes apresentam piora do controle da glicemia meses ou até anos antes do aparecimento do tumor.
A obesidade, sobretudo quando associada à síndrome metabólica, é uma das grandes responsáveis pelo aumento dos casos de câncer de pâncreas, principalmente nos Estados Unidos.
Inclusive, a obesidade é considerada fator de risco para vários tumores, visto que o quadro clínico se configura como um estado permanente de inflamação .
Portanto, um estilo de vida saudável é a melhor forma de prevenção contra o câncer de pâncreas. É fundamental evitar cigarro (tanto de forma ativa quanto passiva), praticar atividade física, adotar uma alimentação saudável e manter o controle do peso. Além disso, pacientes diabéticos devem ter um acompanhamento rigoroso.
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