Câncer no Intestino: sintomas, diagnóstico e tratamentos
O câncer do intestino ou câncer colorretal é um tumor que pode surgir no intestino grosso, também chamada de cólon ou no reto. Na maioria dos casos, pode ser tratado e curado , principalmente se detectado precocemente.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), ocorreram 36.360 novos casos de câncer de intestino somente em 2018. Destes, 17.380 eram mulheres e 18.980, homens.
É muito importante reconhecer os principais sintomas dos tumores do reto e intestino, para que o diagnóstico possa ser realizado o mais precoce possível.
Neste artigo, você vai saber mais sobre câncer de intestino, seus sintomas, fatores de risco e tratamento. Conhecerá, ainda, como se prevenir. Boa leitura!
O que é câncer de intestino?
Também conhecido como câncer de cólon e reto ou colorretal, é o tumor que pode acometer todo o intestino grosso, incluindo o reto. A doença costuma iniciar com uma lesão benigna , chamada de pólipo, e, lentamente, vai evoluindo até se transformar em um tumor maligno.
O tipo mais comum de câncer de intestino é o adenocarcinoma do cólon , que tem origem na mucosa que reveste o intestino. Porém, existem outros tipos histológicos mais raros como:
- Tumores estromais gastrointestinais (GIST);
- Linfomas;
- Melanoma;
- Tumores neuroendócrinos
Quais são os principais sintomas?
Na fase inicial, o câncer colorretal é assintomático, o que dificulta o diagnóstico precoce. Conforme o tumor evolui, pode levar ao surgimento de alguns sintomas, que variam de acordo com o paciente e a localização da lesão. São eles:
- Alterações do hábito intestinal, que pode tanto deixar o intestino mais preso (prisão de ventre) ou mais solto (diarreia);
- Alteração no formato das fezes, que podem ficar afiladas;
- Sangramento intestinal, geralmente misturado às fezes – conhecido como hematoquezia;
- Perda de peso;
- Anemia;
- Fraqueza;
- Dor ou desconforto abdominal;
- Sensação de urgência para evacuar e dor a evacuação (desconforto na região do reto).
Fatores de risco
O câncer de intestino é das neoplasias malignas mais estudadas pela medicina e diversos fatores de risco são bem conhecidos. Os principais são:
- Histórico Familiar de câncer colorretal;
- Obesidade;
- Alimentação rica em gordura e proteína animal;
- Alimentação pobre em verduras;
- Idade
- Exposição ocupacional à radiação ionizante, como raio X e gama.
Dentre esses fatores, a questão genética é a que mais preocupa . Cerca de 30% dos pacientes portadores da doença têm alterações genéticas que predispõem a presença de um tumor.
Algumas doenças também aumentam os riscos de desenvolver esse tipo de câncer, incluindo:
- Doenças inflamatórias do intestino , como doença de Crohn e retocolite ulcerativa crônica;
- Doenças hereditárias , como polipose adenomatosa familiar, que é uma rara doença genética que causa câncer em 100% das pessoas que têm a mutação genética promotora da doença.
Como é feito o diagnóstico do câncer no intestino?
O câncer de cólon e reto é diagnosticado, sobretudo, através da realização da colonoscopia. Trata-se de um exame fundamental para os pacientes que apresentam, principalmente, os sintomas de alteração no hábito intestinal e sangramento.
Ele permite diagnosticar lesões em diversas fases, sejam os tumores avançados ou os precoces. Eventualmente, os precoces podem até ser tratados via colonoscopia, não havendo a necessidade de cirurgia ou outros tratamentos complementares.
Uma vez feito o diagnóstico, é necessário realizar outros exames para determinar o estágio da doença. Neles, é avaliada a extensão do tumor, tanto do ponto de vista de invasão local quanto disseminação à distância (metástases).
Os exames que podem ser solicitados são:
- Tomografia computadorizada de tórax, abdome e pelve;
- Coleta do marcador tumoral, para a dosagem de concentração do antígeno carcinoembrionário (CEA).
Nos casos de tumores retais, é importante realizar, ainda, a ressonância magnética de pelve , a fim de avaliar a extensão local da doença.
Como a doença pode ser tratada?
A escolha do tratamento do câncer de intestino depende da localização da lesão. Tumores localizados no cólon são tratados eminentemente através de cirurgia.
Durante o procedimento, é feita a ressecção da parte do cólon afetado, sempre deixando uma margem de segurança. Também deve ser realizada a linfadenectomia , que consiste na retirada dos gânglios linfáticos que acompanham o mesentério do intestino. Esta ação é essencial, pois esses gânglios também podem estar afetados pela doença. Posteriormente, todo esse material é enviado para o patologista, para que seja definida a extensão da doença.
Indicações para o tratamento
Atualmente, grande parte dos pacientes com tumor de cólon avançado têm feito quimioterapia para complementar o tratamento cirúrgico e aumentar as chances de cura. É a chamada quimioterapia adjuvante, que é realizada após a cirurgia.
Nos casos de câncer de reto, o tratamento muda um pouco, principalmente quando a lesão se encontra em estágio avançado. Geralmente, é necessário realizar ações antes da cirurgia, conhecida como terapia neoadjuvante . Nela, o paciente é exposto à radioterapia associada a quimioterapia antes do tratamento cirúrgico.
O objetivo é diminuir as chances de recidiva local e aumentar as taxas de preservação do esfíncter anal. Isso porque pacientes com lesões muito baixas têm grandes chances de serem submetidos à amputação do ânus, também chamado de amputação abdominoperineal do reto.
Como a cirurgia é realizada?
A maioria das cirurgias é realizada de forma minimamente invasiva, através de pequenos furos na parede abdominal. As principais vantagens dessa técnica são:
- Menor tempo de internação hospitalar;
- Redução da dor;
- Menor Sangramento;
- Retorno precoce às atividades.
O pós-operatório das colectomias ou retossigmoidectomias realizadas de forma minimamente invasiva é muito mais favorável do que na época em que eram feitas as cirurgias abertas. Em até 2 semanas, a maior parte dos pacientes já está apta a retomar suas atividades corriqueiras.
É possível prevenir o câncer no intestino?
A maioria dos casos avançados da doença poderiam ter sido evitadas com rastreamento das lesões precoces do intestino, como no caso dos pólipos. Estima-se que, desta maneira, seria possível prevenir cerca de 90% dos tumores. A melhor forma de rastreamento é a realização de colonoscopia.
A recomendação é que indivíduos com baixo risco para o câncer de intestino iniciem o rastreamento através do exame de colonoscopia a partir dos 45 anos de idade.
Já quem possui parente de primeiro grau com a lesão, esse rastreamento deve iniciar 10 anos antes, ou seja, aos 35 anos. Ou, ainda, 10 anos antes do parente mais jovem que tenha sido diagnosticado com a doença.
Realize exames de rotina!
É importante ter em mente que a prevenção é fundamental para que o diagnóstico e o tratamento possam ser feitos em fases mais precoces da doença. Isso porque, nesses casos, não é necessário passar por cirurgias de alta complexidade, nem pela quimioterapia ou radioterapia, ou seja, o tratamento é menos mórbido com maiores chances de cura.
Ficou com alguma dúvida sobre o câncer no intestino ou em relação a seus sintomas? Escreva nos comentários para que eu possa esclarecer para você!