Me formei em 2006 pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), fiz residência em Cirurgia Geral e, posteriormente, em Cirurgia do Aparelho Digestivo no Hospital das Clínicas da FMUSP. Após o término da minha residência em 2011, me dediquei ao tratamento do Câncer do Aparelho Digestivo, atuando no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, sobretudo em Cirurgia Pancreática, uma área com procedimentos de alta complexidade em que o número de casos tratados tem impacto direto nas taxas de complicações dessas cirurgias. O estudo desses resultados é a minha linha de pesquisa dentro da Universidade e o tema do meu projeto de doutorado. Desde que iniciei meus estudos em Cirurgia Pancreática, grande parte da minha dedicação foi em cirurgia minimamente invasiva, ou seja, feita através de pequenos cortes, primeiramente por via laparoscópica e recentemente por meio de cirurgia robótica.
Você já ouviu falar em esôfago de Barrett? Essa é uma condição caracterizada por modificações e lesões nos tecidos de revestimento do órgão.
A doença acontece devido à
exposição contínua da mucosa da região ao conteúdo ácido do estômago, ocorrendo uma inflamação crônica e modificação do tipo de célula que forma o tecido do esôfago. Esse processo ocasiona no desenvolvimento de uma condição conhecida como metaplasia intestinal, que é um fator de risco para
câncer de esôfago
Mas afinal,
quais os sintomas dessa enfermidade? E os tipos de tratamento? Nesse artigo, vamos responder em detalhes cada uma dessas perguntas.
Siga a leitura!
A origem das lesões características por essa condição está totalmente ligada ao refluxo gastroesofágico.
Nela, o ácido do estômago
volta para o esôfago. Assim, considerando que a mucosa da região não conta com a mesma proteção que a parede gástrica (que é própria para o contato com esse conteúdo ácido), ela se
lesiona com mais facilidade.
Dessa forma, há uma irritação em toda a espessura do revestimento do esôfago, o que gera a ocorrência da enfermidade.
O esôfago de Barrett não necessariamente apresenta sintomas enquanto se desenvolve. No entanto, em certas situações, alguns pacientes podem sentir os seguintes sinais:
Agora que sabemos a origem da doença e os principais sintomas, resta uma dúvida: afinal, quais são as formas de tratamento desta condição?
Em primeiro lugar, destacamos que todo o tratamento deve ser indicado e supervisionado
por um gastroenterologista. Após a confirmação do diagnóstico, normalmente o profissional receita medicamentos focados na diminuição da acidez do estômago.
Além disso, é importante adquirir
hábitos saudáveis de alimentação, priorizando uma dieta com refeições em menor volume, sem alimentos ricos em gordura, sobretudo os ultraprocessados. No entanto, caso os remédios e as mudanças na dieta não solucionem o problema,
procedimentos cirúrgicos podem ser necessários para melhor controle do refluxo.
O procedimento consiste na confecção de uma válvula anti-refluxo feita com o estômago. Tanto para pacientes que farão o tratamento clínico, quanto aqueles que serão operados, o seguimento com endoscopias seriadas é importante porque o esôfago de Barret aumenta o risco de
câncer de esôfago.
A ablação por radiofrequência (procedimento que usa calor para remover tecido danificado pela condição) é um método que permite
eliminar o esôfago de Barret,
porém é muito importante a avaliação de um especialista para indicar esse procedimento.
Por fim, reforçamos a importância de contar com o auxílio médico. Somente um profissional terá a competência necessária para diagnosticar o esôfago de Barrett e indicar o melhor tipo de solução para o seu caso.
Assim, caso sinta algum dos
sintomas listados, procure imediatamente um médico para te acompanhar. Lembramos que o tratamento precoce é uma peça fundamental para a recuperação de
qualquer doença.
Restou alguma dúvida sobre como tratar o esôfago de Barrett ou qualquer outro assunto relacionado? Entre em contato com o Dr. Guilherme Namur, cirurgião do aparelho digestivo formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo USP.
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