Me formei em 2006 pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), fiz residência em Cirurgia Geral e, posteriormente, em Cirurgia do Aparelho Digestivo no Hospital das Clínicas da FMUSP. Após o término da minha residência em 2011, me dediquei ao tratamento do Câncer do Aparelho Digestivo, atuando no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, sobretudo em Cirurgia Pancreática, uma área com procedimentos de alta complexidade em que o número de casos tratados tem impacto direto nas taxas de complicações dessas cirurgias. O estudo desses resultados é a minha linha de pesquisa dentro da Universidade e o tema do meu projeto de doutorado. Desde que iniciei meus estudos em Cirurgia Pancreática, grande parte da minha dedicação foi em cirurgia minimamente invasiva, ou seja, feita através de pequenos cortes, primeiramente por via laparoscópica e recentemente por meio de cirurgia robótica.
A doença diverticular é uma condição clínica que ocorre devido à formação de divertículos no intestino grosso. Tratam-se de pequenas saculações que surgem nas áreas de fraqueza da parede do cólon, principalmente no segmento do sigmóide.
A seguir, vamos explicar com mais detalhes essa condição, seus sintomas , por que acontece e como funciona o tratamento . Continue a leitura!
Em primeiro lugar, é importante deixar clara a distinção entre diverticulose, doença diverticular e diverticulite.
Diverticulose ou doença diverticular é a presença de divertículos, sendo bastante comum na população acima de 40 anos de idade . Geralmente é assintomática. No entanto, caso o paciente queixe-se de dores, cólicas e apresenta outros sintomas, pode ser que estejam ligados às possíveis complicações da doença diverticular. Os sinais mais importantes são:
Já a diverticulite é uma infecção nos divertículos . Trata-se de uma complicação comum nos pacientes com doença diverticular, já que 30% deles apresentam episódios de inflamação aguda. Nesses casos, alguns sintomas comuns são:
Mas vale lembrar que, na maioria das vezes, as crises de diverticulite são leves . Ainda assim, a recorrência desses quadros pode levar a outras consequências, como fístula entre o intestino e a bexiga ou estenose do intestino.
Uma das principais causas associadas ao aparecimento da doença diverticular é uma dieta alimentar com baixo consumo de fibras . Por isso, aumentar o consumo de legumes e verduras, bem como adicionar sementes e castanhas à alimentação é muito benéfico para pacientes com essa condição, contribuindo para diminuir os riscos de complicação.
Outros motivos que também podem levar à doença diverticular são obesidade , sedentarismo , constipação intestinal e predisposição genética .
É importante mencionar ainda que alguns sintomas dessa doença são parecidos com os do tumor de cólon. Contudo, não há relação entre a presença de divertículos e o desenvolvimento de câncer de intestino.
Sempre que há suspeita de doença diverticular, é importante buscar o diagnóstico e o tratamento adequados para evitar complicações.
Uma vez confirmada, o tratamento da doença diverticular pode ser iniciado com a mudança de alguns hábitos . Na alimentação, deve-se aumentar o consumo de fibras , presentes em legumes, verduras, grãos, cereais e frutas, bem como a ingestão de água.
Também recomenda-se manter o peso ideal , emagrecer se necessário e praticar atividade física regularmente.
Tudo isso é muito importante para promover o bom funcionamento do intestino e ajudar o paciente a criar um hábito intestinal regular , evitando a constipação.
Já pacientes com crises leves de diverticulite podem ser tratados ambulatorialmente, com uso de medicações , como anti-inflamatórios e eventualmente antibióticos.
Crises graves , por sua vez, costumam necessitar de internação , drenagem de abscessos ou até mesmo cirurgia de urgência com, preferencialmente com procedimentos minimamente invasivos .
Por fim, vale ressaltar que, havendo desconforto ou algum sintoma, é sempre importante consultar um especialista para que o tratamento ideal seja indicado conforme a necessidade do paciente.
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