Me formei em 2006 pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), fiz residência em Cirurgia Geral e, posteriormente, em Cirurgia do Aparelho Digestivo no Hospital das Clínicas da FMUSP. Após o término da minha residência em 2011, me dediquei ao tratamento do Câncer do Aparelho Digestivo, atuando no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, sobretudo em Cirurgia Pancreática, uma área com procedimentos de alta complexidade em que o número de casos tratados tem impacto direto nas taxas de complicações dessas cirurgias. O estudo desses resultados é a minha linha de pesquisa dentro da Universidade e o tema do meu projeto de doutorado. Desde que iniciei meus estudos em Cirurgia Pancreática, grande parte da minha dedicação foi em cirurgia minimamente invasiva, ou seja, feita através de pequenos cortes, primeiramente por via laparoscópica e recentemente por meio de cirurgia robótica.
O câncer no intestino , também conhecido como câncer colorretal , é um tumor que se desenvolve no intestino grosso, cólon e reto e quase sempre se origina a partir de pólipos, que são pequenos tumores benignos.
É um câncer que pode atingir a todos, sendo que há uma elevação progressiva do risco com aumento da idade.
Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que, em 2019, 20.578 pessoas faleceram em decorrência do câncer no intestino no Brasil .
O câncer de intestino possui mecanismos de carcinogênese (como se forma o câncer) bem definidos, com uma série de alterações genéticas na mucosa do intestino.
É um tumor que se desenvolve lentamente e de forma silenciosa , principalmente, a partir dos 50 anos. Isso porque a formação dos pólipos demora cerca de 10 anos e eles podem se tornar malignos à medida que o tempo passa.
Os pólipos formam-se a partir de erros no processo de divisão das células do intestino , gerando tumores benignos na parede interna do órgão que podem variar de forma e tamanho. Com o passar dos anos, novos erros genéticos acumulam-se nas células que formam os pólipos, até que esses se tornam tumores malignos.
O câncer de intestino geralmente ocorre em pessoas adultas com mais de 40 anos e alguns fatores de risco podem contribuir para o seu desenvolvimento, tais como:
Este é o principal fator da ocorrência desse tipo de câncer. Pessoas com histórico familiar fazem parte do grupo com as maiores chances de desenvolver a doença.
Outra questão bem importante está relacionada aos maus hábitos alimentares , em especial, ao consumo excessivo de carne, gordura de animais e alimentos ultraprocessados.
Além disso, dietas pobres em fibra, como frutas e vegetais, também contribuem para o aumento do risco de apresentar a doença.
Assim como em vários outros tipos de câncer, o excesso de gordura corporal é apontado como um dos fatores que aumentam o risco de desenvolver o câncer de intestino.
Esse excesso provoca uma série de inflamações e aumento dos níveis de alguns hormônios que contribuem para o desenvolvimento de células cancerígenas.
Alguns outros hábitos também contribuem para a incidência do câncer de intestino, como a falta de exercícios físicos regulares e o consumo de drogas , como o cigarro e o álcool.
Outro ponto importante é que algumas doenças inflamatórias do intestino , como a retocolite ulcerativa, aumentam o risco de câncer, assim como algumas doenças hereditárias também podem contribuir para a sua incidência.
Atualmente, com os avanços da medicina e dos conhecimentos acerca da prevenção do câncer de intestino , existem muitas possibilidades de vencer essa doença.
É possível, por meio de exames como a colonoscopia, identificar a presença dos pólipos precocemente e retirá-los, aumentando a chance da doença não se desenvolver.
Outro ponto importante é avaliar o histórico familiar desse tipo de câncer. Quando há parentes de 1º grau, como pais ou irmão com a doença, o exame de colonoscopia deve ser realizado mais precocemente.
Fique atento a sintomas como alteração do hábito intestinal e sangramento nas fezes , mantenha hábitos saudáveis de alimentação e atividade física e consulte seu médico regularmente , pois isso diminui as chances de ter câncer intestinal.
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